domingo, 27 de fevereiro de 2011

Verso perdido no céu da boca


Tenho demasiadas Palavras nas mãos...
tantas, que me caem desordenadas,
não consigo escrever à velocidade do Sentir.

E apetece-me, deixa-las cair,
até fazerem um monte intrasnponível!

Impossível,
decifrar o que transmitem,
se me permitem...

queimo-as a lume!

Para lá de qualquer queixume,
que delas possa sair,
é melhor queima-las, que deixa-las fugir,

num sopro dum vento que passe!
O Sentir não terá disfarce,
ficará ainda mais purificado.

Afinal o Amor, nunca me passou ao lado,
visto-o na pele!!

Um Amar de mel,
que me leva às Palavras.
E mesmo quando entrego mágoas

aos Lábios que clamam Amor,
para lá de qualquer dor,
ou gesto de mão petrificada,

os meus lábios,
sempre cantarão sal, aos pés da minha Amada!

Dói-me cada Palavra queimada,
orfã de verso, que se perde no céu da boca!
Louca,

é esta minha vontade de nunca ser Poeta!


Um comentário:

Anga Mazle disse...

Que inspirado poema, Valéria!

"Dói-me cada Palavra queimada,
orfã de verso, que se perde no céu da boca!"

Diversificado e sedutor o blog de vocês. De fato, uma maçã a ser saboreada no escuro dos melhores pecados.

Beijos

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