quinta-feira, 25 de março de 2010

Poema quebrado

"Eu era apenas rio
Esperando que você navegasse
Poema quebrado no frio
Num salão vazio
Esperando que você recitasse
Eu era manhã cinzenta
Esperando de você a aurora
Um lobo de olhar em brasa
Te vendo em casa
(e o lobo do lado de fora)
E eu era, quem diria
A melodia que jamais compusera
E eu, que jamais daria
Era o verbo dar
Dizendo assim: quem dera!
Então não vá embora
Agora que eu posso dizer
Eu já era o que sou agora
Mas agora gosto de ser."


Oswaldo Montenegro

Um comentário:

Rodolpho do Amaral disse...

Eu já era o que sou agora
Mas agora gosto de ser.


Pra mim essa parte é a mais difícil: gostar de ser o que se é. Tem uma música do Cazuza que diz assim "e eu já tô cansado de não gostar de mim", enfim. Já ouvi o nome desse autor mas até então não tinha lido nada. Muitos beijos,

Rodolpho A.

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Você, de repente, não estranha de ser você?